terça-feira, 24 de agosto de 2010

De olho no Japão...

Japão cogita mais um estímulo à economia

Autor(es): Tomoko A. Hosaka, Associated Press, de Tóquio
Valor Econômico - 23/08/2010

A economia do Japão poderá receber novo alento em breve. Confrontados pelo escasso crescimento e um iene forte, os líderes do país estão inclinados a injetar mais medidas de estímulo para combater uma expressiva desaceleração no ímpeto. Um novo pacote destacaria o Japão do resto do mundo desenvolvido, que está desmontando medidas de estímulo mesmo em meio ao recrudescimento dos temores em torno de um esfriamento da economia mundial.

Dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) divulgados no começo da semana passada mostraram que o país cresceu a uma taxa anualizada de apenas 0,4% no período de abril a junho, numa queda ante os 4,4% do trimestre anterior. Consequentemente, perdeu para a China seu posto de segunda maior economia do mundo.

Mas será uma tarefa complicada para o premiê Naoto Kan, que enfrenta dificuldades para cumprir a promessa de reduzir a monumental dívida do país além de um possível desafio à liderança do Partido Democrático no próximo mês.

Kan pediu ao seu gabinete que apresente ideias que limitem novos gastos, indicando reformas tributárias e regulatórias como alternativas potenciais. "É claro que devemos considerar um novo gasto fiscal", disse a jornalistas, segundo a agência "Kyodo". "Mas parece ser possível impulsionar a demanda ou estimular a economia sem precisar depender de gastos fiscais".

Em evento separado, o ministro das Finanças sinalizou uma postura mais cautelosa sobre a tomada de mais dívidas, que representam quase o dobro do tamanho do PIB.

"Nossa missão é estimular a economia e restaurar as finanças públicas", disse o ministro das Finanças Yoshihiko Noda. "Quanto a precisarmos ou não emitir novos títulos (para financiar o estímulo), isso é algo que devemos determinar enquanto monitoramos os movimentos econômicos".

Kan tem como objetivo compilar e aprovar as novas medidas até o fim de setembro, segundo o jornal de finanças "Nikkei". O governo poderia utilizar um fundo de reserva no orçamento deste ano, bem como um superávit do ano passado, que soma 1,7 trilhão de ienes (US$ 20 bilhões), disse Masaaki Kanno, economista-chefe do JPMorgan Securities Japan.

O Japão registrou sólidos resultados desde que saiu da recessão em 2009. A demanda da China e demais lugares na Ásia alimentou as exportações, a produção e os lucros corporativos. A súbita desaceleração no segundo trimestre, que derivou da fraca demanda interna, surgiu como uma surpresa desanimadora. Somando-se aos infortúnios está o iene, que atingiu a mais alta cotação em 15 anos frente ao dólar. Se por um lado a moeda japonesa impulsiona o poder de compra dos consumidores, por outro, representa um enorme risco aos exportadores do país, como Toyota e Sony. Quando o iene sobe, o valor dos lucros repatriados cai.

O "Nikkei" informou que o novo pacote de estímulo do governo deverá incluir medidas destinadas a ajudar aqueles que buscam emprego a encontrar trabalho e a apoiar empresas de pequeno e médio porte. Ele também poderá incorporar subsídios para companhias com tecnologia verde.

Kyohei Morita, economista-chefe do Barclays Capital em Tóquio, disse que o governo também precisa considerar a redução dos impostos das pessoas jurídicas e prorrogar o seu programa "eco-ponto" para aparelhos eficazes em energia, que expira em dezembro.


Fonte:

http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/8/23/japao-cogita-mais-um-estimulo-a-economia


Comentário: O Japão ainda é uma grande potência mundial, mas o crescimento continua devagar, devagarinho... Ao ler essa reportagem na Valor, lembrei de uma de tantas frases dos meus professores: "O crescimento do ser humano nos primeiros anos é enorme, proporcionalmente rápido demais. Mas, depois de uns 20 anos, ela não cresce mais". O Japão já é um adulto, assim como os Estados Unidos. A China é uma criança muito nutritiva que cresce de forma espetacular. O Brasil, da mesma maneira. Mas a economia precisa crescer, então, para esses adultos, o que resta é fortalecer os músculos, os ossos... A frase que deixei em negrito é uma ênfase mesmo à situação dos dekasseguis: muitos estão com seguro desemprego, muitos voltaram para o Brasil sem ter atingido os objetivos traçados... E para os que pretendem voltar ao Japão, aguardemos essas medidas do governo japonês e ver o que isso se concretiza. É bom acompanhar de perto os movimentos...


Até mais!

でわまた!

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